Album review: From Her to Eternity - Nick Cave

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Today I'm going to review Nick Cave's first solo album, "From Her to Eternity". I love Nick Cave in many ways, and I have an intimate connection with many of his songs, but I know very little about his early musical life. I even thought about starting with Birthday Party, but I don't think I'm "ready" for that yet. So entering their particular universe from the first album seems sensible to me. The Bad Seeds, Cave's backing band, were already there and with the strength to distil all the songwriter's emotional and passionate lyrical venom.

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In "Avalanche" we feel that dark vibe that speaks volumes about the energy that Cave went through for so many years (but which was purified with the arrival of his mental and emotional maturity), the music seems to come in a hypnotic crescendo that sets the scene for something that doesn't actually happen. The next track, "Cabin Fever!", has an almost industrial chaos to the percussions, repeated riffs that are wrapped up in the lyrics. "Cabin Fever!" is a surreal tale, where Cave sings about the limits of sanity. The deep, drawn-out vocals are accompanied by intense orchestration as he rants about the enclosure and chaos of alcoholic numbness. In the next track, "Well of Misery", we again have an industrial feel coming from the percussion that seems to be a kind of whipping and the music seems to mimic a rhythmic slave chant accompanied by the band's choir. So far, we've seen a much drier and more rustic album, little concerned with making striking melodies with the instruments, but with great emphasis on Cave's lyrical and vocal power.

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At last we have the track that gives the album its name, "From Her to Eternity", with a macetado piano of a single note and a growing percussion that is always industrial. Blixa's guitars have hardly appeared so far, the percussion of both the piano and the drums making the sound grow in a suffocating way and causing a kind of "fight or flight" alertness until Cave implements the brutally melodic and beautiful chorus "From Her to Eternity", Blixa finally appears, playing his guitar with something that could be a file for sharpening hoes, and the piano, now with a little more notes, sprinkles melancholy melodies along with his firm chorus vocals. This is undoubtedly the first highlight of the album, a powerful track. "Saint Huck" once again demonstrates the empty spaces that permeate this album, the guitar is used very little until halfway through the song when a looped riff finally kicks in, everything sounds very industrial on this album, it feels like we're listening to an industrial album. This disturbing reverie about Mark Twain's Huckleberry Finn has a long lyric without a chorus in this almost cacophonous and surreal sound, and I don't think it's an outstanding track despite the band's efforts.


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In "Wings Off Flies" a completely Jim Morrison vibe dominates the track, but Cave's poetry is much more grotesque and obscure than Morrison's, the track like all the others is rather empty melodically, which was clearly planned by the band. We see sparse percussion, dirty grunts from a guitar in the right corner of the ear, some out-of-tune guitar played with a slide and Cave's bitter lyrics about suffering love, which he growls like a drunken mess at three in the morning in a burst of energy generated by an extra line of cocaine. It's as if the track smells like a bar toilet. Next comes "A Box for Black Paul", a melancholy piano ballad carried by Cave's deep, echoing voice, possibly singing about the death of a man. And so ends the first album of Nick Cave's career, a career that was to be marked by many unforgettable albums. Honestly, it's not an album that I like compared to his best work, but I can see its value, especially as this is the beginning of his intense repertoire and a fascinating synergy with his backing band.

Formation of the band during this period:
Nick Cave - Vocals, piano
Mick Harvey - Guitar, bass, drums, organ
Blixa Bargeld - Guitar
Barry Adamson - Bass, guitar, vibraphone
Hugo Race - Guitar
Anita Lane - Backing vocals

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For those who like: Música Industrial, Ethylic rock, Dark auras, minimalism and lyrical violence.
Release Year: 1984
Record: Mute Records
Genre: Industrial, Alternative.

Thômas Blum

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Hoje farei um review do primeiro álbum de Nick Cave em sua carreira solo, "From Her to Eternity". Eu amo Nick Cave de muitas formas, e tenho uma intenção conexão com muitas de suas músicas mas conheço muito pouco dos primórdios de sua vida musical, até pensei em começar pelo Birthday Party mas acho que eu ainda não "estou pronto" para isso. De forma que entrar no seu universo particular à partir do primeiro álbum, me parece sensato. The Bad Seeds, a banda de apoio de Cave já estava ali presente e com força para destilar todo o veneno lírico emocional e passional do compositor.

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Em "Avalanche" sentimos aquela vibe sombria que fala muito sobre a energia que Cave passou por tantos e tantos anos (mas que depurou-se com a chegada da sua maturidade mental e emocional), a música parece vir num crescente hipnótico que arma o cenário para algo que não acontece de fato. A faixa seguinte "Cabin Fever!" tem todo um caos quase industrial nas percussões, riffs repetidos que espalham-se envoltos na letra pouco
"Cabin Fever!" é um conto surreal, onde Cave canta sobre os limites da sanidade. Os vocais profundos e arrastados são acompanhados por uma orquestração intensa enquanto vocifera a respeito do enclausuramento e caos mergulhada no entorpecimento alcoólico. Na faixa seguinte, "Well of Misery" novamente temos uma pegada industrial advinda da percussão que parece tratar-se de uma espécie de chicoteamento e a música parece mimetizar um canto escravo ritmado e acompanhado pelo coral da banda. Até aqui vemos um album muito mais seco e rústico, pouco preocupado em fazer melodias marcantes com os instrumentos, porém com grande ênfase na potência lírica e vocal de Cave.

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Enfim temos a faixa que dá nome ao disco, "From Her to Eternity", num piano macetado de uma nota só e uma percussão crescente sempre industrial. As guitarras de Blixa praticamente não apareceram até o momento, a percussão tanto do piano quanto da bateria fazem o som crescer de uma forma sufocante e causando uma espécie de estado de alerta do tipo "luta ou fuga" até Cave imendar o brutalmente melódico e belo refrão "From Her tooo Eternity", rosnando firme até que enfim Blixa aparece tocando sua guitarra com algo que poderia ser uma lima de afiar enxadas, o piano agora com um pouco mais de notas salpica melancolicas melodias junto ao seu firme vocal de refrão. Esse é sem dúvidas o primeiro ponto alto do álbum, uma faixa potente. Blixa Bargeld ainda vocifera violento um backing vocal que carrega a música em direção ao seu final com o piano macetado finalizando a melodia. "Saint Huck" volta a demonstrar os espaços vazios que permeiam esse álbum, a guitarra é muito pouco utilizada até metade da música quando enfim emenda um riff em loop, tudo soa muito industrial nesse álbum, parece que estamos ouvindo um álbum industrial. Esse devaneio perturbador sobre Huckleberry Finn de Mark Twain tem uma longa letra sem refrão nesse som quase cacofônico e surrealista, ao meu ver não é uma faixa marcante apesar do esforço da banda.


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Em "Wings Off Flies" uma vibe completamente Jim Morrison domina a faixa, a poesia de Cave porém é muito mais grotesca e obscura que de Morrison, a faixa tal como todas as outras é bastante vazia melodicamente, o que nitidamente era planejado pela banda. Vemos percussões avulsas, grunhidos sujos de uma guitarra no canto direito do ouvido, algum violão desafinado tocado com slide e a letra amargurada de amor sofrida de Cave, que rosna como um bêbado bagunçado às três da manhã num rompante de energia gerada por uma linha extra de cocaína. É como se a faixa cheirasse a banheiro de bar. Na sequência vem "A Box for Black Paul" numa balada de piano melancólica levada pela voz profunda e ecoada de Cave que canta possivelmente sobre a morte de um homem. E assim termina o primeiro álbum da carreira de Nick Cave, carreira essa que viria a ser marcada por muitos álbuns inesquecíveis. Sinceramente não é um álbum que me agradou em comparação ao que sinto pelos trabalhos que mais gosto dele, mas vejo seu valor, principalmente por formar aqui o começo de seu intenso repertório e uma sinergia fascinante com sua banda de apoio.

Formação da banda nesse período:
Nick Cave - Vocais, piano
Mick Harvey - Guitarra, baixo, bateria, órgão
Blixa Bargeld - Guitarra
Barry Adamson - Baixo, guitarra, vibrafone
Hugo Race - Guitarra
Anita Lane - Vocais de apoio

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Pra quem gosta de: Música Industrial, Rock Etílico, Auras sombrías, minimalismo e violência lírica.
Ano de Lançamento: 1984
Gravadora: Mute Records
Gênero: Industrial, Alternativo

Thômas Blum



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